segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Cansaço...

afff, dias intermináveis. Ás vezes parece que tudo cansa... o trabalho, a faculdade, a familia... é um desânimo que nem sei onde vai parar. A minha vontade: é de ficar deitada o tempo todo e compensar todo meu sono perdido ( ócio improdutivo mesmo), mas a necessidade é: não parar jamais e criar, produzir e correr atrás...
Amanhã prova de fonética... nem estudei, queria muito me identificar com a matéria mais não consigo... é mais forte que eu, odeio as bilabiais, fricativas, plosiva... na verdade tô plosiva mesmo rsrsrsrs só a literatura me liberta... Amada Literatura!!!!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Multiculturalismo

Hoje estive em pleno debate sobre essa questão... se analisarmos o Brasil veremos e estamos dispostos a uma variedade de culturas que são negadas e silenciadas no nosso cotidiano. Aprendemos a " gostar " de algumas delas somente nos períodos de homenagens como o folclore ( tá mais atual pois foi essa semana)depois passamos um ano sem nem saber quais os festejos " populares " do nosso país e assim ainda convivemos com a política de inclusão. (fala sério) acho que nem sabemos qual o significado dessa palavra, o que se vê é a mídia bombardeando os seus moldes e nós comos zumbis continuamos consumindo e consumindo o que nos é imposto...
Talvez um dia haja o multiculturalismo no mundo mas pos enquanto viviemos subjugados a cultura dominante... vamos gritar e fazer ecoar a voz da nossa cultura!!!!


Abaixo vídeo do cordel do fogo encantado... valorizo e admiro esse grupo pois eles não tem vergonha de mostrar sua cultura... SALVE!!!!!!!!!!!!!!!!!


REFLEXÃO

“A Dignidade exige que sejamos nós mesmos.

Mas a Dignidade não é somente que sejamos nós mesmos.

Para que haja Dignidade é necessário o outro.

E o outro só é outro na relação conosco.

A Dignidade é então um olhar.

Um olhar a nós mesmos que também se dirige ao outro olhando-se e olhando-nos.

A Dignidade é então reconhecimento e respeito.

Reconhecimento do que somos e respeito a isto que somos, sim, mas também reconhecimento do que é o outro e respeito ao que ele é.

A Dignidade então é ponte e olhar e reconhecimento e respeito.

Então a Dignidade é o amanhã .

Mas o amanhã não pode ser se não é para todos, para os que somos nós e para os que são outros.

A Dignidade é então uma casa que nos inclui e inclui o outro.

A Dignidade é então uma casa de um só andar, onde nós e o outro temos nosso próprio lugar, isto e não outra coisa é a vida, e a própria casa.

Então a Dignidade deveria ser o mundo, um mundo que tenha lugar para muitos mundos.

A Dignidade então ainda não é .

Então a Dignidade está por ser.

A Dignidade então é lutar para que a Dignidade seja finalmente o mundo.

Um mundo onde haja lugar para todos os mundos.

Então a Dignidade é e está por construir.

É um caminho a percorrer.

A Dignidade é o amanhã ”..

MARCOS (sub-comandante) La Marcha del color de la tierra. (comunicados, cartas y mensajes del Ejército Zapatista de la Liberación Nacional del 2000 al 2 de abril del 2001) México, rizoma, 2001

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Mudanças... e mudanças

AH chega a sexta e eu me inspiro, depois de uma correria estressante pelo menos essa noite eu tiro pra descansar( descansar!!!) acho que não é bem assim... além do meu trabalho vem os numerosos trabalhos da faculdade e nem dá para parar... mas foi minha escolha né????
Mas falando em escolhas... eu escolhi tentar fazer teatro na UFBA, mas antes vou terminar minha graduação em Letras e aí sim partir para meu grande sonho... Pensei em desistir mas pensando bem: eu não posso desistir dos meus sonhos!!!! jamais então bola pra frente.
e falando em mudanças... hum nem sei porque o título foi mudança (KKKK) mas a verdade é que eu estou mudando e em todos sentidos possíveis e com certeza é pra melhor.
Aproveitando essa onda drumondiana que anda prairando sobre mim, eu vou deixar alguns de seus poemas aqui... poemas de amor... mas não pensem que estou apaixonada... ou eu sempre estive apaixonada???? e estou apaixonada... tô apaixonada???? será????


O Amor Bate na Aorta
Cantiga de amor sem eira nem beira,
o mundo de cabeçapara baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,é o amor.
Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito.
O amor bate na portao
amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta entre pés de laranjeiraentre
uvas meio verdese desejos já maduros.
Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçama boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.
Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que corre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor irritado,
desapontado,mas também vejo outras coisas:
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.V
ejo muitas outras coisasque não ouso compreender...

Ao Amor Antigo

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede.
Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas
,feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,a antigo amor,
porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente,
mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Depois do drama...

eu coloco as palavras de Drummond que com certeza dá vazão ao período que estamos passando e na verdade eu me sinto como ele: limitada, sem nada a fazer e com " apenas duas mãos" para suportar todo esse sentimento...


Sentimento do Mundo
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio de escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige na confluência do amor.
Quando me levantar,
o céu estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo,
morto o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso, anterior a fronteiras,
humildemente vos peço que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação do sineiro, da viúva e do microscopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados ao amanhecer
mais noite que a noite.
( Carlos Drummond de Andrade)
PS: Hoje recebi as fotos do acidente e é chocante ( e olha que sou acostumada a ver essas coisas!) ver a situação que ficaram aqueles seres humanos... naquele momento eles tem tem mais identidade... as chamas levou mais que suas vidas... ´nessas horas não tem discriminção de corpos bonitos ou não, tudo ficou reduzido a quase nada... temos que ter muita força!!!